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Linux

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Tecnologia RAID

O Básico: Divisão de Dados

Os usuários mais atentos devem ter reparado que de um tempo para cá surgiram no mercado vários modelos de placas-mãe com um recurso adicional chamado RAID, que significa Redundant Array of Independent Disks, ou conjunto reduntante de discos independentes. Mas o que na prática significa isso e como esse recurso pode ser útil para usuários comuns?

O sistema RAID consiste em um conjunto de dois ou mais discos rígidos com dois objetivos básicos: tornar o sistema de disco mais rápido (isto é, acelerar o carregamento de dados do disco), através de uma técnica chamada divisão de dados (data stripping ou RAID 0) e/ou tornar o sistema de disco mais seguro, através de uma técnica chamada espelhamento (mirroring ou RAID 1). Essas duas técnicas podem ser usadas isoladamente ou em conjunto.

Vamos falar primeiro na divisão de dados. Imagine um micro equipado com dois discos rígidos iguais. Em um micro comum, sem RAID, um disco é acessado independentemente do outro. Na técnica de divisão de dados, os dois discos rígidos farão parte de um mesmo conjunto, fazendo com que o micro "pense" que os dois discos rígidos é um só disco maior. Se os dois discos são de 20 GB, então o micro "pensará" que existe um disco rígido único de 40 GB instalado no micro. Na hora de gravar um arquivo no disco, o sistema RAID irá dividir esse arquivo entre os dois discos rígidos, gravando metade do arquivo em um disco e a outra metade do arquivo no outro disco. Tudo isso é feito sem que o usuário perceba.

Mas qual é a vantagem disso? Vamos supor que você esteja gravando um arquivo de 200 KB. No sistema de disco tradicional, esse arquivo terá de ser gravado por inteiro em um só disco, usando o único canal de comunicação existente. No caso da divisão de dados, esse arquivo será dividido em dois arquivos de 100 KB, sendo que cada um será gravado em um dos discos existentes ao mesmo tempo. Ora, como um arquivo de 100 KB demora a metade do tempo para ser gravado em um disco que um arquivo de 200 KB, a velocidade de acesso ao disco rígido dobrou!

Para você ter uma idéia mais concreta, imagine que você esteja trabalhando com um arquivo de dados realmente grande, por exemplo 100 MB (realmente grande para usuários comuns, mas se pensarmos em edição profissional de áudio e vídeo, um arquivo desse tamanho é relativamente comum). Se o seu disco rígido (e sua placa-mãe) forem do padrão ATA-100, isso significa que ele teoricamente transfere dados a 100 MB/s. Dizemos "teoricamente" porque na prática essa taxa é mais baixa. Mas vamos continuar com nosso exemplo teórico. Esse arquivo demora, portanto 1 segundo para ser transferido (lido ou gravado). Se usarmos um sistema RAID 0 nesse micro, isto é, usarmos dois discos rígidos iguais com divisão de dados e supondo que esses discos são ATA-100, então ocorrerá que o mesmo arquivo será dividido em dois de 50 MB e, com isso, demorará apenas 0,5 s para ser gravado (ou lido) em cada disco. Como o acesso aos dois discos ocorre de forma simultânea, o tempo total para acessar o mesmo disco passa a ser a metade (0,5 s), ou seja, o desempenho dobra.

Só que o sistema RAID não é limitado a apenas dois discos rígidos. Podemos, em princípio, colocar quantos discos quisermos. Nesse mesmo exemplo, se usarmos quatro discos iguais em vez de um, o micro "pensará" que os quatro discos são apenas um e dividirá automaticamente o arquivo em quatro, quadruplicando a velocidade de leitura e gravação do arquivo. No mesmo exemplo do arquivo de 100 MB, ele será dividido automaticamente em quatro de 25 MB e, com isso, será gravado em apenas 0,25 s, se supormos discos ATA-100.

É claro que quanto mais discos colocarmos, mais caro fica o sistema. Mas aplicações que manipulam arquivos grandes, como a edição profissional de áudio e vídeo, esse sistema torna-se realmente muito vantajoso, pois a máquina passa a ficar muito mais rápida para ler e gravar os arquivos.

Lembramos que toda essa divisão é feita "por debaixo dos panos" e o usuário não toma conhecimento que o seu arquivo foi dividido.

Fonte:

Clube do Hardware

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Instalando GRUB - Gerenciador de boot.

Este é um artigo de nivél básico, que visa mostrar as opções e funcionalidades básicas do GRUB. Para um aprofundamento nos detalhes de configurações e opções, leia a documentação disponível na sua distribuição e no site oficial http://www.gnu.org/software/grub/.

1 - O que é o GRUB ?

O GRUB (Grand Unified Boot Loader) é um gerenciador de boot, assim como Lilo e outros, que utiliza o padrão Multiboot, sendo capaz de carregar diversas imagens de boot e módulos. O GRUB também permite buscar imagens pela rede, por cabo seriais, suporta discos rígidos IDE e SCSI, sistemas sem discos e terminais remotos. Possui interface por linha de comandos ou menus de escolha.

Ele é flexível, funcional e poderoso, podendo iniciar sistemas operacionais como FreeBSD, OpenBSD, NetBSD, GNU/Linux, GNU/Hurd (o único bootloader capaz). Sistemas operacionais proprietarios como o Windows (9x, ME, NT, 2000 e XP), Dos e IBM OS/2 sao suportados usando a função chainloader. Podemos destacar também o suporte aos sistemas de arquivos ext2 , ext3 e reiserfs (novos sistemas de arquivos journaling do Linux), FAT16 e FAT32 (Win 9x/ME), FFS (Fast File System usado no *BSD), minix (MINIX OS) e etc.

Além das citadas acima o GRub possui ainda as seguintes características:

* Suporte a não-Miltiboot sistemas operacionais.
* Leitura de múltiplos módulos (não são módulos do kernel como no GNU/Linux).
* Arquivo de configuração simples e fácil.
* Interface de selecao por Menu.
* Interface de linha de comandos flexível, simples para novos usuários e poderosa para usuários avançados.
* Acesso a dados em qualquer dispositivo instalado.
* Detecção de toda memória RAM disponível.
* Suporte a Logical Block Address (LBA).

2 - Nomenclatura das partições

O GRUB não faz distinção entre discos IDE e SCSI, ele chama ambos por (hd?). Abaixo segue uma tabela comparativa entre as nomenclaturas adotas pelo GNU/Linux e pelo GRUB para tratar discos e partições.

No Linux / No GRUB

/dev/hda (hd0)
/dev/hda1 (hd0,0)
/dev/hda2 (hd0,1)

/dev/hdb (hd1)
/dev/hdb1 (hd1,0)
/dev/hdb2 (hd1,1)

/dev/sda (hd0)
/dev/sda1 (hd0,0)
/dev/sda2 (hd0,1)

/dev/sdb (hd1)
/dev/sdb1 (hd1,0)
/dev/sdb2 (hd1,1)

/dev/fd0 (fd0)

3 - Como instalar o GRUB (MBR e disquete)

Ao contrário do Lilo, o GRUB necessita ser instalado uma única vez. Toda alteração deve ser feita no arquivo de configuração /boot/grub/menu.1st, desde uma inclusão de disco ou apenas alteração de imagem de kernel.

Um arquivo de exemplo fica localizado em /usr/share/doc/grub/examples/menu.1st. Você pode utilizá-lo como referência para fazer o seu próprio menu.1st

Instalando no MBR (Master Boot Recorde):

# grub-install /dev/hda

Instalando no disquete:
Modo linha de comando:

# dd if=/usr/lib/grub/i386-pc/stage1 of=/dev/fd0 count=1

1+0 records in
1+0 records out

# dd if=/usr/lib/grub/i386-pc/stage2 of=/dev/fd0 seek=1

153+1 records in
153+1 records out

Modo por menu de seleção:
# mke2fs /dev/fd0
# mount /dev/fd0 /floppy -t ext2
# mkdir /floppy/grub
# cp /usr/lib/grub/i386-pc/stage1 /floppy/grub
# cp /usr/lib/grub/i386-pc/stage2 /floppy/grub
# cp /boot/grub/menu.lst /floppy/grub
# umount /floppy

No GRUB digite:
# grub
grub> install (fd0)/grub/stage1 d (fd0) (fd0)/grub/stage2 p (fd0)/grub/menu.lst
grub> quit

Está pronto o disquete com seleção por menu.

4 - Exemplo de arquivo de configuração menu.1st

timeout 30
default 0
fallback 1
color light-cyan/black white/blue
password minha-senha-secreta

# Para boot com o GNU/Hurd
title GNU/Hurd
root (hd0,0)
kernel /boot/gnumach.gz root=hd0s1
module /boot/serverboot.gz

# Para boot com o GNU/Linux
title Linux 2.4.21
lock
root (hd0,0)
kernel (hd0,0)/boot/vmlinuz-2.4.21 vga=6 mem=512M ramdisk=0 hdc=ide-scsi 5

# Para boot com FreeBSD
title FreeBSD 4.8
root (hd0,2,a)
kernel /boot/loader

# Para boot com Windows (qualquer um)
title Windows XP
unhide (hd0,0)
rootnoverify (hd0,0)
chainloader +1
makeactive

Opções:
timeout = Define o tempo (em segundos) de espera para bootar a imagem padrão.

default = Define qual é a imagem padrão a ser dado boot, detalhe, a numeração começa em 0, definindo que é a primeira entrada de imagem, 1 para a segunda entrada de imagem, e assim por diante.

fallback = Caso o boot na imagem padrão não ocorra devido a algum erro/problema, pode ser definido aqui uma outra opção a ser dado boot.

color = Define as cores a serem usadas no menu.

password = Aqui atribuí-se uma senha a ser usada para não permitir alterações no menus e acesso a ouras funções como a linha de comando.

title = Define um título que será apresentado no menu de boot.

root = Determina qual a partição raiz do sistema.

rootnoverify = Idêntico a opção root, mas não tenta montar a partição-alvo, o que é necessário para alguns sistemas como Dos e Windows.

kernel = Nesta opção você informa qual a imagem de kernel vai ser iniciada. Você pode passar parâmetros diretamente para o kernel também, como vga, mem, ramdisk, etc.

module = Faz com que algum módulo necessário para o boot seja carregado. São módulos necessários ao boot de alguns sistemas, como por exemplo o GNU Hurd e não módulos de kernel como som, rede, file systems, etc.

lock = Faz com que a senha especificada com o parâmetro "password" seja solicitada no momento em que se tentar carregar a imagem em questão.

makeactive = Torna a partição ativa. Este comando está limitado a partições primárias dos discos.

chainloader = Alguns sistemas como o Windows armazenam seu próprio gerenciador de boot no início da partição em que ele está instalado. A opcao chainloader carregar o gerenciador de boot de tal sistema deixando-o efetuar o boot normalmente.

map = Alguns sistemas não permitem ser iniciados quando não estão no primeiro disco (Dos, Win 9x, etc.). A opção map faz um mapeando das unidades de disco de modo como que possa contornar esse problema.

hide e unhide = Esconde e mostra partição, necessário quando houver mais de uma versão do Windows na máquina. Suponha que exista o Windows 98 na primeira partição primária (hd0,0) e o Windows XP na segunda partição primária (hd0,1), o menu.1st ficaria assim:

title Windows 98
hide (hd0,1) # esconde o XP
unhide (hd0,0)
rootnoverify (hd0,0)
chainloader +1
makeactive

title Windows XP
hide (hd0,0) # esconde o 98
unhide (hd0,1)
rootnoverify (hd0,1)
chainloader +1
makeactive

5 - Especificando o runlevel do sistema

Uma opção muito versátil do GRUB é poder especificar o runlevel do sistema na entrada de configuração do mesmo. Para isso basta colocar o número do runlevel que deseja utilizar no final da opção kernel.

Exemplos:

# Modo single user
kernel (hd0,0)/boot/vmlinuz-2.4.21 vga=6 hdc=ide-scsi single

Você pode passar o parâmetro init=/bin/sh pra cair direto no shell, no caso de perder a senha do root por exemplo.

# Modo console (runlevel 2)
kernel (hd0,0)/boot/vmlinuz-2.4.21 vga=6 hdc=ide-scsi 2

# Modo com boot gráfico (runlevel 5)
kernel (hd0,0)/boot/vmlinuz-2.4.21 vga=6 hdc=ide-scsi 5

6 - Como utilizar a linha de comandos

Com certeza um dos recursos mais interessantes do grub é a linha de comandos, que alias já me salvou várias vezes :-), ela de dá opções muito bacanas para adicionar ou remover entradas, editar opções do boot do sistema desejado, procurar imagens a serem bootadas, entre outras coisas, e tudo isso sem mesmo bootar em sistema algum.

Ex.: Você acabou de compilar o kernel 2.6.0-test3 e está louco para testá-lo, e após o reboot recebe aquela mensagem tão bonita de "kernel panic" :-), ai você se lembra que não fez um disco de boot e nem adicionou sua imagem atual como alternativa de boot e não sabe onde esta o CD de instalação para um boot modo rescue. Nessas horas com certeza você verá como é útil a linha de comandos, através dela você localiza sua antiga imagem e pode dar boot em seu sistema normalmente.

Obtendo ajuda:

Para obter ajudar sobre qualquer dos comandos do GRUB utilize o comando help, exemplo:
grub> help find
find: find FILENAME
Search for the filename FILENAME in all of partitions and print
the list of the devices which contain the file.

Situação 1:
Como bootar o sistema através do disquete usando a linha de comandos ?
Você pode usar a seguinte sequência:
grub> root (hd0,0)
grub> kernel (hd0,0)/boot/vmlinuz-2.4.21
grub> boot

Note que vc pode usar o para auto-completar os nomes ou para listar o conteudo da partição em uso. Exemplo:
grub> kernel (hd0,0)/boot/

Possible files are: grub message.ja message config-2.4.20-8 boot.b chain.b os2_d.b module-info-2.4.20-8 System.map-2.4.20-8 vmlinuz System.map vmlinux-2.4.20-8 vmlinuz-2.4.20-8 module-info kernel.h initrd-2.4.20-8.img

grub> kernel (hd0,3)/boot/

Depois disso fica fácil encontrar uma imagem decente pra dar boot no sistema.

Situação 2:
Dei boot em modo rescue pelo cd da minha distribuição porque gravei uma configuração errada no MBR, como instalar o GRUB no HD ?
# grub
grub> root (hd0,0) # Indica a partição raiz do sistema.
grub> setup(hd0) # Grava o GRUB no MBR do disco 0.

ou

# grub-install /dev/hda

Exemplos de comandos:
Mostra o conteudo do arquivo /usr/share/doc/grub/exemples/menu.1st:
grub> cat (hd0,1)/usr/share/doc/grub/exemples/menu.1st

Lê o arquivo de configuracao do GRUB:
grub> configfile (hd0,0)/boot/grub/menu.lst

Lista os devices que contem o arquivo stage1:
grub> find stage1

Especifica a particao raiz:
grub> root = (hd0,0)

Exibe a ajuda do comando kernel:
grub> help kernel

Sai do prompt de comando:
grub> quit

Reinicia o computador:
grub> reboot

7 - GRUB com splashimage

O Grub não tem suporte oficial a imagens gráficas na tela de boot (ou seleção de sistemas). Enquanto escrevia esse artigo, a versão do Grub é a 0.93. Segundo um de seus próprios desenvolvedores, eles precisam aperfeiçoar e adicionar recursos mais importantes para o Grub no momento, como suporte ao novo sistema de arquivos do FreeBSD UFS2.

O que acontece, é a disponibilidade de alguns patchs feitos pelos hackers do Grub para ele suportar imagens gráficas. Esse patch foi desenvolvido inicialmente por Paulo César Pereira de Andrade.

Distribuições como Red Hat, Conectiva entre muitas outras, já utilizam tais patchs, alguns desenvolvidos pela própria equipe de desenvolvedores da distribuição.

Por enquanto, se você utiliza o Grub e quer colocar uma imagem em seu tela de boot, só mesmo adicionando um pacth. Como isso não faz parte da documentação oficial do software, isso não será abortado (por enquanto) neste artigo. :-)

Uma ótima referência pode ser encontrada na seguinte url:
http://ruslug.rutgers.edu/~mcgrof/grub-images/

8 - Como remover o GRUB do MBR

Não existe um comando do próprio GRUB para removê-lo do MBR. Por quê ?
Porque não existe uma utilidade para um MBR vazio. :-)

Você pode substituí-lo por outro gerenciador de boot, como por exemplo instalar o lilo "por cima" dele, assim o lilo sobrescreve o MBR e apaga o GRUB. Ou ainda usar o comando fdisk/mbr através de um disquete de boot do DOS (de preferência FreeDOS). :-)

Mais detalhes e documentos, veja o site oficial do GRUB:
http://www.gnu.org/software/grub/

Referências:
GRUB Manual: http://www.gnu.org/software/grub/
Guia Foca GNU/Linux: http://focalinux.cipsga.org.br/

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O que é Linux

Linux é ao mesmo tempo um kernel (ou núcleo) e o sistema operacional que roda sobre ele, dependendo do contexto em que você encontrar a referência. O kernel Linux foi criado em 1991 por Linus Torvalds, então um estudante finlandês, e hoje é mantido por uma comunidade mundial de desenvolvedores (que inclui programadores individuais e empresas como a IBM, a HP e a Hitachi), coordenada pelo mesmo Linus, agora um desenvolvedor reconhecido mundialmente.


Linus Torvalds

O Linux adota a GPL, uma licença livre - o que significa, entre outras coisas, que todos os interessados podem usá-lo e redistribuí-lo. Aliado a diversos outros softwares livres, como o KDE, o GNOME, o Apache, o Firefox, os softwares do sistema GNU e o OpenOffice.org, o Linux pode formar um ambiente moderno, seguro e estável para desktops, servidores e sistemas embarcado.

Acima você vê 3 telas do sistema operacional Linux em ambiente PC desktop. Mas o sistema funciona em dezenas de outras plataformas, desde mainframes até relógios de pulso, passando por várias arquiteturas: Intel, StrongARM, PowerPC, Alpha etc., com grande penetração também em dispositivos embarcados, como handhelds, PVR, vídeogames e centrais de entretenimento.

Linux ou GNU/Linux?

A Free Software Foundation advoga que o sistema operacional formado pelo núcleo Linux e o conjunto de utilitários e aplicativos que incluem aqueles desenvolvidos pelo seu projeto GNU deve ser chamado de GNU/Linux, e não simplesmente de Linux. A questão tem sido objeto de intensos debates há anos, sem que um posicionamento geral e definitivo seja alcançado.

Naturalmente a posição da FSF não é a única existente. São conhecidas as declarações de Linus Torvalds (que acharia interessante a existência de uma distribuição chamada GNU Linux e mantida pelo projeto GNU), de Eric Raymond e de John Dvorak, entre outros. Há ainda uma interessante citação da própria FSF afirmando que um nome como GNU/X11/Apache/Linux/TeX/Perl/Python/FreeCiv seria absurdo, portanto é necessário estabelecer um limite. Mas, diz ela, "Não pode ser justo dar todo o crédito para uma contribuição secundária (Linux) enquanto se omite a contribuição principal (GNU)." Outra citação digna de nota vem de um editorial do veterano Linux Journal: "Talvez Richard Stallman esteja frustrado porque Linus recebeu as glórias por ter feito aquilo que Stallman pretendia fazer."

O kernel Linux

(inclui trechos da Wikipédia)

Inicialmente, o kernel Linux foi desenvolvido como um hobby por Linus Torvalds (então um estudante) com o objetivo de desenvolver seu próprio sistema operacional "Unix-like" que rodasse em processadores Intel 80386. Linus chegou a estudar o Minix, um sistema similar de autoria do famoso acadêmico Andrew Tanenbaum, mas não ficou satisfeito com a arquitetura deste (que não era um software livre, inclusive) e resolveu criar o seu próprio sistema. O projeto Linux foi publicamente lançado em 1991 em uma famosa mensagem para a Usenet.


Tux, o logo e mascote do Linux

Hoje o Linux é um kernel híbrido monolítico. Drivers de dispositivo e extensões do kernel tipicamente rodam com acesso total ao hardware, embora alguns rodem em espaço de usuário. Ao contrário dos kernels monolíticos padrão, os drivers de dispositivo são facilmente configurados como módulos, e carregados e descarregados enquanto o sistema está rodando. Também ao contrário de kernels monolíticos padrão, drivers de dispositivo podem ser pré-inseridos sob certas condições. Essa última característica foi adicionada para corrigir o acesso a interrupções de hardware, e para melhorar o suporte a multiprocessamento simétrico.

Embora Linus Torvalds não tenha tido como objetivo inicial tornar o Linux um sistema portável, ele evoluiu nessa direção. Linux é hoje, na verdade, um dos kernels de sistema operacional mais portados, rodando em sistemas desde o iPaq (um computador portátil) até o IBM S/390 (um volumoso e altamente custoso mainframe), passando por várias arquiteturas: Intel, StrongARM, PowerPC, Alpha etc., com grande penetração também em dispositivos embarcados, como handhelds, PVR, vídeogames e centrais de entretenimento.

De qualquer modo, é importante notar que os esforços de Linus foram também dirigidos a um outro tipo de portabilidade. Portabilidade, de acordo com Linus, era a habilidade de facilmente compilar aplicativos de uma variedade de origens no seu sistema; portanto o Linux originalmente se tornou popular em parte devido ao esforço para que fosse fácil fazer com que códigos de aplicativos disponíveis para outros sistemas (inclusive no Unix e no sistema GNU) rodassem no Linux.

Hoje, Linus Torvalds continua a dirigir o desenvolvimento do kernel, enquanto outros subsistemas (como ferramentas de desenvolvimento, ambientes gráficos e aplicativos) são desenvolvidos independentemente. A tarefa de integrar todos estes componentes para formar um sistema completo é desempenhada pelas empresas e organizações que mantêm distribuições de Linux.

O sistema operacional Linux (ou GNU/Linux)

(inclui trechos da Wikipédia)

Logo que Linus Torvalds passou a disponibilizar o Linux, ele apenas disponibilizava o kernel (núcleo) de sua autoria juntamente com alguns utilitários básicos. O próprio usuário devia encontrar os outros programas, compilá-los e configurá-los e, talvez por isso, o Linux tenha começado a ter a fama de sistema operacional apenas para técnicos. Foi neste ambiente que surgiu a MCC (Manchester Computer Centre), a primeira distribuição Linux, feita pela Universidade de Manchester, na tentativa de poupar algum esforço na instalação do Linux.

Hoje em dia, um sistema operacional Linux completo (ou uma "distribuição de Linux") é uma coleção de softwares (livres ou não) criados por indivíduos, grupos e organizações ao redor do mundo, tendo o Linux como seu núcleo. Companhias como a Red Hat, a Novell/SUSE, a Mandriva (união da Mandrake com a Conectiva), bem como projetos de comunidades como o Debian, o Ubuntu, o Gentoo e o Slackware, compilam o software e fornecem um sistema completo, pronto para instalação e uso.

As distribuições de GNU/Linux começaram a ter maior popularidade a partir da segunda metade da década de 1990, como uma alternativa livre para os sistemas operacionais Microsoft Windows e Mac OS, principalmente por parte de pessoas acostumadas com o Unix na escola e no trabalho. O sistema tornou-se popular no mercado de servidores, principalmente para a Web e servidores de bancos de dados, inclusive no ambiente corporativo - onde também começou a ser adotado em desktops especializados.

No decorrer do tempo várias distribuições surgiram e desapareceram, cada qual com sua característica. Algumas distribuições são maiores outras menores, dependendo do número de aplicativos e sua finalidade. Algumas distribuições de tamanhos menores cabem em um disquete com 1,44 MB, outras precisam de vários CDs, existem até algumas que tem versões em DVD. Cada uma tem seu público e sua finalidade.

Veja também a questão O que é uma distribuição de Linux.

Download ou aquisição do Linux

Embora provavelmente a forma mais fácil de obter o Linux seja através dos CDs distribuídos como brinde em diversas revistas nacionais (escolha sempre uma versão recente!), o jeito mais fácil de obter sua cópia sem desembolsar nada a mais é através do download de imagens ISO, que são arquivos (geralmente por volta de 650MB cada um) trazendo o conteúdo completo de um CD-ROM, prontos para serem gravados em um CD, permitindo assim que você obtenha cópias idênticas de um CD original. Verifique na ajuda do seu programa favorito de gravação de CDs como fazer para gravar a partir de uma imagem ISO - quase todos os programas populares dispõem deste recurso, e a operação em geral é simples.

Algumas distribuições (como o Knoppix e o brasileiro Kurumin) são especialmente disponibilizadas na forma de Live CDs, capazes de rodar diretamente do CD e dispensando instalação no disco de seu computador - é uma boa forma de ter seu primeiro contato.

Como o Linux é um software livre, a maior parte dos produtores disponibiliza imagens ISO contendo exatamente o mesmo conteúdo dos CDs vendidos em lojas ou na Internet, e você pode fazer o que quiser com elas - até mesmo gravar em CDs para revendê-las (e se você quiser comprar CDs deste tipo, lojas virtuais brasileiras como a Tempo Real e a LinuxMall estão à disposição). Quando se trata de Linux, este tipo de cópia e revenda não é irregular nem anti-ético, pois é da essência do software livre.

Você pode procurar suas imagens ISO no site de sua distribuição preferida - às vezes será necessário fazer o download de mais do que uma imagem, e em outros casos o download da primeira imagem é obrigatório, e o das outras é opcional. Raras são as distribuições que não disponibilizam imagens ISO de instalação.

Se preferir, procure no site linuxiso.org, cuja especialidade é apontar links para imagens ISO dos CDs das distribuições de Linux do mundo todo.

Como se trata de um download grande (uma distribuição em 3 CDs corresponde a quase 2GB de dados), certifique-se de ter espaço suficiente no seu HD, e utilize um bom gerenciador de download.

Veja também o artigo Escolhendo, obtendo e gravando o Linux: como fazer o download ou comprar.

Referências

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Fique por dentro do mundo da Tecnologia.

Sou acadêmico de Ciências da Computação, é com muita satisfação que venho a criar esse Blog, com idéia de unificar curiosos e apaixonados do mundo da tecnologia, para interagir com experiências e informações, tirando dúvidas e trazendo possíveis novidades.

Vou publicar a solução de algumas dúvidas, artigos, que possa ajudar o usuário, seja sobre software, hardware, enfim... Estarei sempre atento as novidades, para tornar acessível e simples para todos, o intuito da criação desse Blog, foram dúvidas que tive ao longo do tempo, e muitas das vezes passava dias para encontrar um artigo que tivesse mais eficácia. E dúvidas sempre vão aparecer não é ? Então, minhas dúvidas as vezes é a sua, assim sendo a solução também.

Espero que todos participe, quem tiver novidades, artigos com soluções, que acha interessante postar, favor me enviar via e-mail. Que depois de analisado, publicaremos com muita satisfação e com os merecidos créditos.

Então é isso, vamos ao que interessa.

Walter Fernando.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

PDC Samba levando os administradores para o Windows.

Essa dica mostra como configurar o grupo do Root para ter privilégios de administrador no Windows através de um PDC Samba.

Acho que como eu, muita gente já passou por esta situação. Configurar o Samba como um PDC na sua rede e tudo funcionar bem até você tentar usar sua conta de Root para instalar, por exemplo, um programa na máquina Windows XP.

Você descobre que seu Root todo poderoso do Linux não tem os privilégio replicados para o Windows XP através do Samba. Como resolver esse impasse? Pesquisei bastante e não encontrei um tutorial objetivo que explicasse o porque nem um com solução rápida e fácil, então recorri ao FAQ do projeto Samba.

No Windows existem alguns grupos que são criadas automaticamente. Cito os 3 principais:
  • Domain Admins RID=512
  • Domain Users RID=513
  • Domain Guests RID=514

Obs. RID (Relative Identifier)

Então o que temos que fazer é dizer ao Samba que o grupo ROOT seja associado no Samba ao "Domain Admins com o RID 512". Isso vai fazer com que o Windows perceba que os usuário do grupo ROOT, lá no Windows, farão parte do grupo Domain Admins. Ou seja, privilégios de administradores total.

Mão a obra...

Primeiro você deve checar para ver se existem os grupos cadastrados na administração do Samba, caso sim é só modificar, caso não temos que criar.

# net groupmap list

Exemplo da minha listagem:

Domain Admins (S-1-5-21-1826733997-2455195794-3424030029-512) -> root

1° - Caso para você não apareça nada então você vai ter que criar:

# net groupmap add ntgroup="Domain Admins" rid=512 unixgroup=root

2° - Caso já exista mas ele está apontando para outro grupo, então modifique:

# net groupmap modify ntgroup="Domain Admins" rid=512 unixgroup=root

Confira para ver se você fez certo:

# net groupmap list

Domain Admins (S-1-5-21-1826733997-2455195794-3424030029-512) -> root

Agora os usuários do grupo Root são administradores no Windows também!!!